sexta-feira, janeiro 11, 2008

Cultura à sexta


Café Terrace on the Place du Forum, Arles, at Night

Vincent Van Gogh é, muito provavelmente, o meu pintor preferido e o seu Starry Night um dos quadros que mais me impressionou (no bom sentido, obviamente) e que não me importaria de ter nas paredes da Villa Beatrice (por enquanto ainda nuas).

Porém a obra de Van Gogh é toda ela extraordinária e não é sequer necessário recorrer aos famosíssimos Girassóis (provavelmente a única obra deste pintor de que eu não gosto) uma vez que há inúmeros quadros de Van Gogh que se tornaram ícones da pintura e abriram caminho a vários movimentos do modernismo.

Van Gogh tem uma obra ecléctica, embora muitas vezes considerada (post)-impressionista (pelo uso que fazia das cores e pela forma de pintar, através de pequenas pinceladas que formavam figuras de contornos pouco nítidos), que lançou as bases do desenvolvimento do expressionismo (recriação da realidade através da percepção sensorial do artista), do fauvismo e do abstraccionismo.

"Formado" nas escolas de Bruxelas e Antuérpia, foi porém em França que Van Gogh viria a ter contacto com vários artistas como Émile Benard, Toulouse-Lautrec e Paul Gauguin, que não apenas o influenciaram no seu estilo como se tornaram seus companheiro de vida e de boémia. É durante os anos em França (sobretudo em Arles) que Van Gogh cria a suas obras mais emblemáticas, sendo também neste período que o seu estado mental começa a degradar-se de forma assentuada, tornando evidente a depressão que acabaria por o conduzir ao suicídio.

Figura incontornával na história da arte, Van Gogh não deixa, ao mesmo tempo, de ser uma personagem sombria e depressiva, embora ao mesmo tempo fascinante pelo génio criativo que possuía e que se demonstrava, com força plena, nas suas obras. Em vida vendeu apenas um quadro - "A vinha encarnada" - mas teve a lucidez de profetizar «não posso evitar o facto dos meus quadros não serem vendáveis. Mas virá o tempo em que as pessoas verão que eles valem para lá do preço da tinta.» A verdade é que foi um quadro seu - "Retrato de Doutor Gachet" - que se tornou o mais caro do mundo quando, em 1990, um milionário japonês o comprou por 82,5 milhões de dólares.

Van Gogh suicidou-se com apenas 37 anos, em Auvers-sur-Oise, com um tiro no peito. Embora este fosse um ferimento mortal, Vincent morreu apenas 2 dias depois sendo-lhe atribuída uma última frase que traduz exactamente o sentimento da sua alma «la tristesse durerá toujours».

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