sexta-feira, janeiro 04, 2008

Cultura à sexta



Cleopatra, de 1963, foi o filme que juntou, no ecrã como na vida, Elizabeth Taylor e Richard Burton, à época do filme ambos casados e ambos duas estrelas absolutas em Hollywood, ela a diva mediática, tão famosa pela sua carreira como pelos seus casamentos, e ele o actor inglês, Shakespeariano, ao qual não havia mulher que não se rendesse.

Inspirado na peça Anthony and Cleopatra, o filme pretendia ser um grande épico e contar a história da mais famosa das Rainhas do Egipto, Cleopatra VII, que se envolveu com dois dos maiores políticos romanos da época, Julius Caesar e Marcus Antonius, sendo forçada ao suicídio depois da vitória de Octavianus na Batalha de Actium.

Porém, o filme ficou mais famoso pelas suas histórias de bastidores do que pelas suas qualidades cinematográficas. Uma das maiores produções de sempre de Hollywood, que quase levou à falência o estúdio, 20th Century Fox, tornou-se o mais caro filme de sempre produzido nos Estados Unidos. A deslocalização da produção, por 2 vezes, (as filmagens começaram em Londres e acabaram em Roma), as várias interrupções devido a inúmeros incidentes com o elenco e com os cenários e os contratos milionários com os protagonistas (foi por Cleopatra que Elizabeth Taylor se tornou o primeiro actor a receber 1 milhão de dólares) fizeram com que o filme inicialmente orçamentado para 2 milhões de dólares custasse 44 milhões (!).

A tudo somou-se a publicidade negativa dada ao filme pelo romance que surgiu entre os dois protagonistas, Taylor e Burton, considerado chocante à época, por ambas as estrelas serem casadas! No entanto, e mesmo tempo sido um total fracasso, 40 anos depois Cleopatra é um clássico do cinema... e é, exactamente, o mítico romance de Elizabeth Taylor e Richard Burton que preenchem o nosso imaginário e nos fazem ver Cleopatra como o filme que juntou um dos mais mediáticos casais de sempre, numa história de amor, jóias e traição que se converteu em casamento (por duas vezes) e mais tarde em divórcio (também duas vezes) mas que ainda hoje encanta os cinéfilos!

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